À Flor da Pele

quinta-feira, novembro 30, 2006

Que desilusão

Sou uma pessoa um bocado ingénua, no sentido em que começo por acreditar nas pessoas e que, na maioria, são boas pessoas. Para além disso, tenho uma fé incomensurável (às vezes, mesmo infantil) em algumas instituições. É o caso da ONU. Para mim, onde houver capacetes azuis, há segurança e, acima de tudo, respeito pelo ser humano. Lembro-me do que sofri em Setembro de 1999 pela situação em Timor-Leste e pelo alívio que senti quando, finalmente, chegaram capacetes azuis ao território. As atrocidades acabariam.
Por isso, esta notícia para mim é um murro no estômago.

quarta-feira, novembro 29, 2006

A vergonha

No passado dia 13 de Outubro, uma mãe que amamentava o seu filho num avião da companhia Delta Airlines, foi obrigada a deixar o avião, porque a hospedeira se sentiu incomodada com a situação...
Dá para acreditar? Não dá, nem mesmo por sabermos que foi nos Estados Unidos e que, provavelmente, a hospedeira votou no George W. Bush. É demasiado, e a ignorância tem limites. A senhora não estava a fazer streaptease, não estava a perturbar a ordem pública, não estava a atentar contra o pudor. Estava, simplesmente, a alimentar o seu filho, ainda por cima com o melhor alimento que lhe podia dar: o seu leite.

(ver notícia, e consequente protesto, aqui).

segunda-feira, novembro 27, 2006

A iniciativa

Basta de sermos todos tão egoístas e de estarmos sempre a olhar para o nosso umbigo. Aqui está a oportunidade de pensarmos um pouquinho no bem comum, e de juntarmos esforços nesse sentido!
Dia 22 de Dezembro, não se esqueça do planeta. O esforço é grande, mas a causa é nobre.

Lá estaremos, então :)

quarta-feira, novembro 22, 2006

A paternidade

Li, há pouco, uma reflexão sobre os pais actuais. Nessa reflexão, era feita a distinção entre dois tipos de pais: os pais “novos” e os pais “velhos”. Não em questão de idade, mas de mentalidade.

Foi algo que me surpreendeu, porque dou por mim quase diariamente a pensar neste assunto, e algumas coisas que li coincidem muito com o que penso.
O pai que mora lá em casa é um pai novo: mima imenso a filha, brinca com ela, muda fraldas, e vem a voar do trabalho para casa para poder estar com ela algum tempo antes de ela ir para a cama, mas… existe sempre a crença, ainda que velada, de que a mãe está sempre disponível. O pai lá de casa marca reuniões sem ver primeiro a “agenda familiar”, sem ter a certeza que a mãe pode levar a filha ao infantário, ou ir buscá-la o fim do dia. O pai pode marcar um jantar, ou uma viagem sem ter de se assegurar da disponibilidade da mãe. Já a mãe tem uma atitude oposta: antes de marcar o que quer que seja, mesmo sendo trabalho, fala com o pai, para ver se é possível, para ver como isso irá alterar a rotina da filha. É sempre assim, por mais que a mãe esperneie. Já aconteceram diálogos do tipo:
Mãe - Amanhã não me dá jeito levar a princesa ao infantário. Podes levá-la?
Pai – Impossível, amanhã não dá mesmo!
O contrário nunca sucedeu, nem sequer se coloca a hipótese de poder vir a acontecer...

(Conclusão: a mãe leva a filha ao infantário todos os dias. Mesmo quando não dá jeito. Porque a mãe arranja sempre maneira de “dar jeito”).

O pai pode não dar banho à filha por estar cansado, embora a mãe já o tenha feito vezes sem conta com enxaquecas terríveis. O pai pode não dar o jantar à filha por estar sem paciência para a perrice dela, embora a mãe o faça a maioria das vezes, mesmo com os nervos à flor da pele, depois de um dia de trabalho. A mãe tem de o fazer; o pai faz porque é giro, ou porque vai dar uma ajuda à mãe.
Nunca é por mal, nem por falta de atenção. É algo que está enraizado: a mãe tem a obrigação (a palavra é talvez demasiado forte) de tratar do bem-estar dos filhos, ainda por cima, no nosso caso, tem um trabalho que lhe permite mais flexibilidade que ao pai.

Apercebo-me agora que isto acontece com vários casais recém-pais. Mesmo que não seja assumido desta forma, é isto que vai acontecendo.
Será uma questão geracional? Será cultural, vulgo, tuga?

terça-feira, novembro 21, 2006

Alvorada!

Acordar cedo, não é para mim. Nunca foi, não é nada de novo.
Pois hoje, acordei eu de madrugada como, aliás, faço todos os dias, e ainda meia ensonada meto-me na banheira, onde me demoro demasiado aproveitando a sensação dos pensamentos estarem a apanhar com água em cima. É a parte boa, há que aproveitar! Chego à cozinha, ligo o rádio e preparo o repasto do costume, já um pouco atrasada mas ainda nada de crítico. Acabo de comer e (não sei se foi do sono) deixo cair uma garrafa de licor de não-sei-o-quê que estava no armário! A gaja estatela-se no chão, libertando um odor a álcool que, logo pela manhã, não sei… Pior, enche-me o chão de pequenos vidros. Tão bom!

Está-se mesmo a ver a cena: acabou de amanhecer e eu estou na cozinha, de pano na mão a lavar o chão. E até o gajo que me acorda todos os dias através das ondas do éter hoje me está a enervar com a sua boa disposição (ele é brilhante, eu sei… Mas hoje não me irritem!!!).

E foi assim, com esta alegria que fui acordar a minha pimpolha, que decidiu brindar-me com o seu magnífico sorriso, mas também com uma cama digna de aterro sanitário!!! Eu mereço... Mas por agora chega! Mais logo, tratarei da cama.

E, entretanto, cheguei ao trabalho, onde tudo está calmo e sereno.

BOM DIA!!

segunda-feira, novembro 20, 2006

Estou aqui

Li um dia, algures na blogosfera, que a felicidade é como um miradouro, onde nos demoramos alguns instantes, e que depois deixamos. É onde me sinto por estes dias, num miradouro. Tento materializar este estado de felicidade, de estar feliz, de encarar cada dia com muitos sorrisos, porque, afinal, vi o anúncio de infelicidade demasiado perto. E não gostei do que senti.

Por isso, estou feliz! Porque vivo, e porque vejo mais nitidamente o que me rodeia. O que interessa e o que é acessório. O que merece atenção e o que não vale sequer uma resposta. E assim tudo se torna mais simples.

Não sei por quanto tempo me irei manter por aqui, mas por agora, é onde quero ficar!

terça-feira, novembro 14, 2006

Gajas!

Estava eu numa loja, para comprar umas botinhas à minha filha, quando entra uma segunda cliente (isso pensava eu, inocente…) e se dirige à menina começando a falar com ela. Não prestei atenção, claro está, que não sou muito dada à escuta da conversa alheia. De repente, o tom de voz eleva-se, e percebo que há homem ali no meio, sendo que a empregada da loja anda (alegadamente) a enviar mensagens ao marido da outra senhora (que afinal, não era cliente…) que, por isso, se sente ofendida. Chamemos-lhe, então, a ofendida.
Ora, a coisa fica mesmo brava quando ouço um pum e vejo as duas engalfinhadas uma na outra, dá estalada, puxa cabelo, enfia as unhas na cara. A agredida ainda grita pela polícia, a ofendida continua na sua missão de espancar a outra, os sapatos caem das prateleiras e as duas caem para trás do balcão, desaparecendo do nosso campo visual. Perante este cenário a minha filha só pergunta: “Ohh…onde ‘tá?”. Digo-lhe que está tudo bem, já a pôr-me a léguas da balbúrdia. Ainda há algumas pessoas que assistem à cena, e entram na loja, mas quando percebem que é coisa de gajas, desistem com um sorriso nos lábios. Bonito, penso eu.

Foi bonito de se ver, mesmo, principalmente o senhor que acompanhava a ofendida (e que presumi que fosse o marido dela) e se manteve impávido e sereno a observar a montra da loja enquanto as duas acertavam as suas contas lá dentro.

Portanto, a ver se eu entendi: o meu marido anda a receber mensagens de uma gaja e eu, então, vou ter com ela e bato-lhe que é para ela aprender a não se meter com ele que, coitadinho, até anda deprimido com a história. E ainda por cima, o tipo vai ver a cena de camarote…Está certo!

segunda-feira, novembro 13, 2006

O post mais esperado

Afinal, está tudo bem! Não há nenhum problema, está tudo bem!

Um mês depois, desata-se o nó, acaba o sufoco e sorrio de forma desmedida...Está tudo bem!
O medo é tal, que não me atrevo a falar do assunto, para não dar azar. Calo a dor, abafo o choro, escondo-me por detrás de mim mesma e ninguém percebe. Um mês.

Durante este tempo olhei-a de forma diferente, sorri-lhe mais, mostrei-lhe mais que a amava, em pânico de o tempo ser demasiado curto. Vi-a de forma diferente, falei-lhe de mim, mostrei-me. Mais. Foi a parte boa deste longo martírio. A manter.

Obrigada, seja a Quem for.
Afinal, está tudo bem!

sexta-feira, novembro 10, 2006

Um dia bom

Hoje é um dia bom. Há Sol, há uma nuvem menos negra sobre mim e há uma data a celebrar.
Um dia bom, de entre tantos menos bons.
Um nó que começa a desatar lentamente, bem devagar. Um coração menos apertado e mais capaz de dar colo.
A ver vamos.

terça-feira, novembro 07, 2006

O meu primeiro desafio da blogosfera...

A Bia fez-me o seguinte desafio... 5 manias minhas. Ups...

1. Fechar todas as gavetas que vejo abertas (não só em minha casa, que vergonha)
2. Deixar o fundinho do café (ou da meia de leite, ou do chá...)...
3. Ligar o rádio mal chego à cozinha, de manhã
4. Dizer sempre a mesma lenga-lenga à minha filha quando a deito (não vá, às vezes, a noite correr pior...)
5. Acender velas de cheiro depois de arrumar a cozinha

Haverá mais, mas essas não conto...! ;)

Agora, quem quiser, sinta-se à vontade para o fazer também no seu cantinho!

sexta-feira, novembro 03, 2006

A sondagem...

... revela que Bush é ameaça mais séria à paz mundial do que líderes da Coreia do Norte e Irão.
E havia alguma dúvida quanto a isto?