À Flor da Pele

quarta-feira, janeiro 30, 2008

A piada cósmica - II

Agora que este é um blogue privado...

A minha vida tem sido, nos últimos meses uma verdadeira confusão. Entre lágrimas e abraços, entre beijos e gritos de raiva.
No meio de desilusões, encontros e despedidas, amores e desamores, o improvável aconteceu e, contra toda a lógica cíclica feminina, uma vida foi gerada em mim. Gerada com todo o amor do mundo, mas mergulhada em tantas outras dúvidas.
Ontem, soube que essa vida tem nome de homem. Vi-o, e apaixonei-me, depois de o ter já ouvido, e percorreram o meu rosto uma quantas lágrimas puras de emoção.

Alguém disse um dia que fazemos todos parte da grande piada cósmica e eu, não sendo tão crente como gostaria, começo a pensar que alguém se deve andar a divertir com este estranho jogo em que se transformaram os meus dias. Pelo menos, é-me mais fácil encarar assim todos os acontecimentos. De outra maneira, não encontro pontinha de lógica em tudo isto...

terça-feira, janeiro 29, 2008

XY

Hoje é um dia feliz! Estou muito feliz, capaz de enfrentar qualquer adversidade. Estranho que neste fase da vida o consiga dizer, mas é a mais pura verdade.

E talvez a felicidade seja isto mesmo. Pequenos momentos, de sorrisos francos e partilha de emoções.

O que a vida me tira, deixa-me espaço para receber com outra magnitude aquilo que me dá. Um braço que enfraquece e outro que se fortalece.

(Talvez este post esteja um pouco confuso. Talvez amanhã, com os ânimos mais serenos me consiga expressar melhor.)

Abraços felizes a todos.

sexta-feira, janeiro 25, 2008

A piada cósmica

Ontem, vieram duas amigas, como que em resposta a um pedido de socorro que não fiz, que não faço. Chegam-me as duas a casa, de surpresa. Primeiro uma, mais tarde outra.

De repente, olhamo-nos as três: estamos todas de calças pretas e camisola vermelha!

Anda alguém a divertir-se lá por cima...

quarta-feira, janeiro 23, 2008

verdade e consequência

Impressionante como a verdade é libertadora! Vivo hoje mais triste do que nos últimos meses, mas vivo em verdade, sem vergonhas nem assuntos velados.
E o que sucede desde então é que me consigo levantar pela manhã sem aquele peso enorme nos ombros, apesar da incomensurável tristeza no lado esquerdo do meu peito. Vou superar, sei que sim. Vou sobreviver.

Mas ainda que isto doa muito, percebi a meu custo que não há nada mais libertador do que a verdade.

terça-feira, janeiro 22, 2008

Mais palavras para quê?

É só isso.
Não tem mais jeito.
Acabou. Boa sorte.

terça-feira, janeiro 15, 2008

A vida e as pipocas

Sábado à noite, mãe e filha em casa à espera do programa preferido da televisão (nem vou dizer qual é para não ser gozada). O que falta a este programa maravilhoso? Pipocas!! Pois façam-se as ditas!!
Foi uma estreia para ambas, na cozinha, à espera que acabassem de saltar dentro do tacho. As gargalhadas dela a cada "pum" e as minhas a cada gargalhada dela.
E que bem nos soube sentarmo-nos no sofá, cada uma com seu "balde", deliciadas com as maravilhas em que o milho se pode transformar...

Fosse tudo tão simples e a vida seria maravilhosa :)

domingo, janeiro 13, 2008

13 de Janeiro de 2008

(...)
Depois vem cansaços e o corpo frequeja
Olha-se para dentro e já pouco sobeja
Pede-se o descanso por curto que seja
Apagam-se dúvidas num mar de cerveja
E vem-nos à memória uma frase batida

Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E enfim de uma escolha faz-se um desafio
Enfrenta-se a vida de fio a pavio
Navega-se sem mar sem vela ou navio
Bebe-se a coragem até dum copo vazio
E vem-nos à memória uma frase batida

Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

(Sérgio Godinho, cantando-me)

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Blogar, porquê?

Fui ontem confrontada com esta questão...porque escreves num blog?

Para mim, é muito claro, mas não é um conceito fácil de explicar a quem o não faz.
Será o gosto pela escrita, indissociável de mim; a vontade (necessidade?) de explodir sem ferir ninguém; o silencioso prazer de partilhar o que escrevemos com um sem número de pessoas desconhecidas, oriundas dos mais diversos pontos do globo...

Claro que pode dar-se o caso de termos dissabores ao publicar (para todo o mundo, em última análise) os nossos escritos e devaneios, mas nunca se pensa nisso quando se cria e se alimenta um blog pessoal, onde debitamos aquilo que nos vai na alma. Sobretudo se o fazemos sem a menor intenção de agitar fileiras, quando apenas queremos gravar e partilhar a nossa forma de ver o Mundo.

Não é assim, caríssimos bloggers visitantes?

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Gaja forte/Gaja frágil

Estive a ler um post da CK que...sim senhor, me conseguiu pôr a pensar, e logo numa segunda feira de manhã e depois de uma noite muito mal dormida! :)
A verdade é que o nosso gajo facilmente se habitua a ver-nos como mulher de ferro, ou como diz a CK, mulheres-furacão. Estamos sempre bem, nunca nos queixamos de nada, não precisamos que nos carreguem a mala, etc. Por mim, não tenho tanta razão para azedume como a CK, porque eu sim, recebo presente de Natal, e normalmente recebo a gentileza de me ser carregada a mala para o aeroporto, mas existe muito lá por casa o mito que a gaja (eu) estou sempre bem, e disponível para qualquer tarefa, esteja ou não com dores, físicas ou emocionais.
A culpa é, obviamente, nossa que nunca nos queixamos, que nos mostramos sempre mais fortes do que na realidade somos.

Mas, minha cara amiga, não creio que fossemos felizes se nos tornássemos agora gajas frágeis, borboletas como lhes chamas...

Bom dia

sábado, janeiro 05, 2008

Crescer Ser

Fui há uns dias com a pequenita visitar a Instituição Crescer Ser, de acolhimento de crianças em risco. Levámos brinquedos para os meninos e, para ela, foi uma alegria porque esteve a brincar o tempo todo.
Para mim, foi uma agonia só. Aqueles meninos (como todos, aliás) precisam de muita atenção. Durante o tempo que lá estive, recebi abraços, beijos e milhares de declarações de sonhos que cada um deles tinha e me queria contar. Como se fosse amiga deles desde sempre.
Aqueles meninos estão bem alimentados, bem cuidados, têm roupa e uma casa. Mas do que eles precisam mesmo é de carinho e, sobretudo, de atenção. A vontade que senti ao vir embora foi de os trazer a todos comigo. Sobretudo o D. que sofreu visivelmente todo o tipo de violência e que já teve a sua dose de sofrimento para toda a vida (assim espero).

Para sempre na minha memória, ficará a frase da pequena B. que protagonizou um dos momentos mais marcantes daquela tarde:

B: ela vai contigo para casa? (ela é a minha filha)
Eu: vai
B: porquê? ela é tua filha?
Eu: é
B: que sorte...

Não consegui dizer mais nada, e tive de sair apressadamente, prometendo uma nova visita para breve, para chegar à rua e deixar sair uma lágrima que teimava em descer.

Percebi que o que aqueles meninos querem mesmo não é brinquedos, como infantilmente pensei. Decerto, o tempo em que estive a ouvi-los foi para eles mais precioso do que o saco de brinquedos que lhes deixei.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Privatização

A partir de hoje, este é um blog privatizado. A minha tristeza por ter de o fazer é enorme, mas nem me apetece estar a escerver aqui os motivos que me levam a fazê-lo.
Sei que assim vai ser melhor. E devolve-me alguma paz interior.

Bom dia a todos os convidados que quiseram continuar a ler-me!
(ele há doidos para tudo...!!)

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Um outro melhor bom dia

Acabou o dia satisfeita. Tinha superado as suas expectativas, tinha dado passos que outrora lhe pareciam assustadores, percebia finalmente que era capaz. Capaz de muito mais do que imaginou. Chegou a casa envolta nestes pensamentos e olhou-o nos olhos, sem o encontrar. Mimou os filhos, brincou-lhes o tempo que lhe faltou para tal durante o dia, embalou-os até adormecerem e beijou-os tranquilamente. Sentia-se bem. Tinha sido um dia bom. Depois, deitou-se, a descansar o corpo exausto e a alma tranquila. Pediu-lhe um beijo, e ele beijou-a na testa. Ela virou-se de lado e pensou: foi um dia bom. E chorou todas as lágrimas que lhe sobravam ainda até ao dia em que prometeu não voltar a chorar.