À Flor da Pele

quarta-feira, novembro 28, 2007

Barulhinho bom...

Ouvi hoje um som maravilhoso. Tão bom que me fez esquecer todas as agruras por que tenho passado.
Apeteceu-me contar a todos que aquele "barulhinho" me pertencia e que eu tinha conseguido ser feliz por um breve e maravilhoso instante.

E lembrei-me das palavras da Marisa, que ficou feliz ao ouvir algo tão simples como a chuva no telhado:

Olha como a chuva cai
E molha a folha aqui na telha
Faz um som assim
Um barulhinho bom

sexta-feira, novembro 23, 2007

A "adoptada"

aqui contei que temos uma tartaruga lá em casa. Não me parece que a bicha seja muito feliz, uma vez que está confinada a um aquário, mas enfim. Foi-nos oferecida com muito carinho há mais de um ano (obrigada, P.) e apesar de meu ar de pânico ao ver a prenda, acabei por lhe achar piada!

Dizia eu, que não me parece que o animal seja excepcionalmente feliz, ainda por cima porque é exótica e deve estar habituada a outras paragens bem mais deslumbrantes. Assim sendo, volta e meia, tiro-a do aquário e liberto-a no chão da casa. Ontem foi um desses dias; dia de festa, portanto. É sempre uma animação, embora tenha de estar sempre alerta para a minha filha não a calcar. A verdade é que a miúda trata a tartaruga como se fosse uma amiguinha mais nova. Ensina-a a brincar com os brinquedos dela (ó mãe, ela não sabe!), dá-lhe peças de lego para ela comer (ó mãe, ela não quer...).
Ontem, decidiu ensinar-lhe o mundo. Quando cheguei ao quarto, a ver se a tartaruga ainda estava inteira, ouvi a novidade: olha, tartaruga, esta é a mãe!

Afinal, tenho outra filha...e é exótica ;)

terça-feira, novembro 20, 2007

Desarmada pela manhã

Com mil assuntos na cabeça e um dia que se avizinha pesado, dou-lhe um beijo e a habitual recomendação a mãe vai trabalhar, porta-te bem!
Dirijo-me para a porta com a cabeça longe e, sabe-se lá porquê, decido voltar para trás para a ver. Está aninhada no sofá, olhitos tristes e acusadores: Tu foste embóia!
E lá se foram os mil problemas e assuntos para resolver. Sento-me com ela no sofá e dou-lhe colinho, e prometo que a mãe nunca, nunca vai embora, está sempre com ela. Mas agora tem de ir trabalhar. E aquele rosto transforma-se num sorriso e vem dizer-me até logo.

Fico desarmada. E vejo como ela me percebe as ausências, ainda que apenas de espírito.

quinta-feira, novembro 15, 2007

Tenho um sorriso fechado na palma da minha mão

A minha amiga T. está, neste momento, a fazer a viagem da vida dela. O destino de sonho transformou-se finalmente no solo que pisa. Está feliz, está inteira. A meio da viagem, a minha amiga T. recebeu, no seu cenário de sonho, o seu homem de sonho. Aquele que ama e a quem se entrega inteira. O homem que a minha amiga ama, decide ir ter com ela ao país que ela ama para passearem juntos e partilharem este sonho.

Esta história é igualzinha à minha. Altere-se apenas o palco do sonho.
E, apesar dos pesares, desejo que ela a viva como eu vivi a minha. De forma plena, sem medos, sem reticências.

Mando-lhe daqui um enorme sorriso.
Igual ao que se plantou no meu rosto há uns 6 anos, quando recebi na Cidade Maravilhosa a pessoa que mais amei nesta vida.

sexta-feira, novembro 09, 2007

Amigas para sempre

Um destes dias, a caminho de casa, a minha amiga M. explicava-me que não podia ir à natação à terça-feira, porque esse era o dia em que o marido dela tinha uma actividade qualquer e, por isso, acabariam por não se ver...
Confesso que, até chegarmos, não consegui prestar atenção a mais nada que me tenha dito. A minha amiga excluía à partida a hipótese de ficar 1 (UM!) dia da senana sem ver o marido.
Conseguirá a minha querida M. algum dia avaliar a angústia de passar vários dias sem ver a pessoa que amamos? Conseguirá ela conceber o tamanho da minha ansiedade, por esta ser a norma na minha vida, e não a excepção? Para além de tudo o que nunca lhe contarei, conseguirá ela perceber como me sinto, sózinha num mundo incompleto? Não creio.

A vida, que nos juntou desde a infância, deu-nos quotidianos muito diferentes e, apesar de uma profunda e sincera amizade nos unir, sei-me incapaz de partilhar com ela as minhas dores mais profundas.

Quotidiano

Ao telefone:

- Tudo bem contigo?
- Sim, tudo, obrigada!
- E novidades?
- Nada de novo...tudo na mesma!

Não me recordo de mentir com tanta frequência como nos últimos tempos...