À Flor da Pele

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Cosleeping, ou preciso mesmo de dormir

Esta noite, ela teve pesadelos...pareceu-me a mim. Gemeu, chamou-me vezes sem conta, chorou muito.

As duas sózinhas em casa, a minha cama demasiado grande, demasiado fria, uma menina adoentada e com pesadelos e...fui buscá-la! Trouxe-a para a minha cama, na esperança de viver a tal experiência maravilhosa do cosleeping (expressão bonita, para dizer filhos a dormir com os pais...). Durou uma hora e meia, a experiência. Nos cinco minutos em que adormeci, ela conseguiu percorrer toda a nossa cama até quase cair...enquanto ela própria dormia. Num salto, agarrei-lhe o pijama, impedindo a queda. No restante tempo, brindou-me ainda com vários socos na cara, dedos enfiados nos olhos, deitou-se em cima de mim, enfiou-se por dentro do edredão até aos pés da cama, ficando eu em pânico, a achar que a miúda abafava...Sempre, enquanto dormia!

Peguei nela - comprovada a teoria de que a tal maravilhosa experiência deve ser apenas aplicável a bebés normais, e não para a minha que, enquanto dorme, aproveita para fazer a sua ginástica - e levei-a de novo para a sua caminha.

Dormimos as duas um belo soninho até amanhecer...

quinta-feira, janeiro 25, 2007

A Livraria da Praça

Foi com grande tristeza que soube que chegara ao fim um projecto tão diferente, e tão válido como este.
Custa sempre mais quando assistimos ao sonho de quem o criou, quando partilhamos dúvidas, quando escutamos os planos dos seus criadores. Custa ainda mais quando demos uma mãozinha para que o projecto tivesse um nome e quando, depois de tudo isto, vimos que a obra está criada, e tão bonita! A Livraria da Praça era (é) um espaço alternativo, na vanguarda de tudo o que se faz na cidade onde vive. Só que essa cidade ainda é muito pequena...pequena demais, para os vôos deste projecto. A Livraria, disse-se, mudou mentalidades. Posso facilmente acreditar que sim, mas não foi o suficiente para que se pudesse aguentar sózinha por mais de dois anos. Quando começava a gatinhar, ficou insustentável. Porque para além de se gostar de um projecto, também é preciso que ele nos permita sobreviver. E não foi o caso.
Para quem não conhece, sugiro uma espreitadela (link do lado direito).

Deixo aqui um forte abraço aos criadores deste projecto, que sei que estão tristes, muito mais tristes do que eu.
E espero que surjam novos sonhos, tão bonitos como este!

quinta-feira, janeiro 18, 2007

A decisão de Torres Novas.

Ia escrever um post sobre esta atrocidade. Mas o Pedro Ribeiro adiantou-se, e eu assino por baixo.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

A hipocrisia, sempre a hipocrisia...

CÓDIGO PENAL
Artigo 140º
Aborto

"3- A mulher grávida que der consentimento ao aborto praticado por terceiro, ou que, por facto próprio ou alheio, se fizer abortar, é punida com pena de prisão até 3 anos".

É assim que queremos que a nossa Lei se mantenha?
Hipocrisia é dizer que não se deve mudar a Lei mas que, ao mesmo tempo, não se pretende que nenhuma mulher seja presa por abortar.

Mais honestidade política, Sr. Dr. Ribeiro e Castro!

terça-feira, janeiro 09, 2007

27 meses vs 27 anos?

Um prato de sopa e uma birra não combinam. Não combinam mesmo nada. Mas, ela tem de comer e eu não quero espalhar a sopa pelo chão. Pego num dos livros dela, e começo a lê-lo. Chama-se “A Viagem de Balão”. Devo ter sido de tal forma eloquente que ela, não só comeu a sopa toda, como me dizia: balão, mãe, menina, pai…ou seja, quer andar de balão (!).
Assim que o pai chegou a casa, repetiu-lhe a ladaínha...e ele, coração de manteiga, disse-lhe logo que sim!.
Talvez 2007 seja o ano para o seu baptismo de vôo. Bolas, que precoce…o meu aconteceu aos 27 anos!

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Polir

Felizmente, acontece-me poucas vezes, mas volta e meia ocorre-me…dou por mim a não saber conjugar um verbo qualquer e, enquanto não o descobrir, aquilo não me sai da cabeça.
Poderia dizer-se que não tenho mais nada em que pensar, mas não é verdade: tenho... e até não é pouco!
Ontem foi o verbo “polir” (mas que raio…porquê??). Começo a pensar que aquilo no presente ficaria: eu pulo, tu pules, ele pule. Eu pulo?? Mas isso é o verbo pular!
E pronto, fico a martelar naquilo.
Assim que tive acesso à net, fui procurar…Pois de acordo com o Houaiss e o Aurélio (bras.) é mesmo assim: “eu pulo, tu pules, ele pule, nós polimos, vós polis, eles pulem”. Também encontrei num outro local que este verbo não se conjuga, a não ser na primeira e segunda pessoas do plural (ou seja, polimos e polis).
Portanto, a dúvida não é apenas minha. Uff, que alívio!

Ó cérebrozinho, e se te começasses a desocupar destas questões linguísticas que tão inúteis se revelam?

quinta-feira, janeiro 04, 2007

A Dona Teresa


Foi uma das mulheres mais marcantes da minha infância, da minha vida mesmo. Deixei de a ver há mais de 20 anos, mas nunca desapareceu do meu pensamento, do meu coração e até de algumas decisões que tomei.
Ontem vi-a e hesitei em falar-lhe…já não me conhece de certeza, pensei. Reconheceu-me, chamou-me pelo meu nome e aquele abraço foi uma viagem no tempo. Ali estava eu, 20 anos depois, abraçada à minha professora primária e a ver-me de cabelo apanhado, pasta às costas e bata branca! Foi muito bom.
Ela continua linda, como me lembrava dela, e nem a marca dos anos lhe tirou a ternura do rosto.
Gostei tanto de a ver, Professora!