À Flor da Pele

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Somos pelo SIM

Sábado à tarde, Porto, Rua de Stª Catarina. Uma bancada montada e vários jovens a pedir assinaturas para o manifesto pelo NÃO no referendo à despenalização do aborto de 11 de Fevereiro próximo. Uma jovem (15, 16 anos) dirige-se a nós e pede uma assinatura. Coloco o meu sorriso nº 32 e respondo "somos pelo Sim"...a jovem, aterrada, olha para a minha filha e responde: "Pelo sim? Com um bebé tão lindo?"... Eu conto até três e, com toda a calma, volto a dizer: "Sim...pelo Sim!" e penso para mim se deva ficar ali a conversar com ela, e a explicar-lhe que acabara de dizer uma alarvidade...mas estava com pressa e continuei. Deixei-a a reflectir naquela aparente contradição. Também penso que não me ouviria, ou não me entenderia, de tal forma deve estar "formatada" para o argumento "somos pela vida" (arghhhhhhhhhhhh). Já escrevi aqui o penso sobre este assunto, pelo que não valerá a pena repetir-me.

E é Natal, não queria enervar-me...

2 Comentários:

  • Às 10:32 da tarde , Blogger Bia disse...

    Marília, é isso mesmo!

    Liberdade de escolha não é sinónimo de ânimo leve.

     
  • Às 2:07 da tarde , Blogger Rantas disse...

    Sou pela vida. Até posso dizer, como os outros - sou pela Vida, em maiúsculas. Pela vida com qualidade, pela consciência, pela opção, pelo direito a cuidados médicos básicos. Sou pelo sim, portanto.

    Não me revejo nem nos argumentos da banda do NÃO nem nos utilizados pelos do SIM.

    Serão apenas os custos de reduzir a um simples slogan uma matéria complexa? Será a intolerância, a hipocrisia, a falta de honestidade intelectual que existe de parte a parte?

    Pelo sim pelo não, votarei sim. Não pela "humilhação", muito menos pela religião. Apenas por uma questão de bom-senso, de saúde pública.

    Quem defende o SIM não defende o aborto. Ninguém defende o aborto, se formos a ver. Ninguém gosta. Mas que ele existe, existe. Penalizar alguém que toma essa opção, já de si tão difícil, fechar os olhos a essa realidade, manter o esquema das clínicas privadas, as idas a Espanha, os vãos de escada, isso não é comigo.

    Essa moça de 15/16 anos, ao demonstrar a surpresa em ver alguém a defender o SIM com uma criança ao lado, apenas revela o tom absoluto como o tema do aborto tem sido discutido e gritado. E há tão poucas coisas absolutas na vida...

     

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