À Flor da Pele

quinta-feira, setembro 07, 2006

Universo Particular

O nervoso miudinho ataca-me sempre que entro no Coliseu. É assim desde pequena, quando ia aos concertos pela mão dos meus pais.
Encontro o meu lugar e sento-me. Olho o palco demoradamente e fixo o lugar onde -imagino- estará sentada a Marisa. Depois, embarco na conversa com os companheiros de concerto. Olhamos o relógio: 22h00. Nada. Quando se começa a sentir a impaciência dos restantes espectadores, as luzes apagam-se. São 22h10. O nó no estômago, como sempre. Percebe-se que alguém entra em palco. Palmas. A música começa: Infinito Particular, mas tudo se mantém às escuras. A música (linda) vai se desenrolando, e nada de luzes. Aquando das palavras “no meu Infinito Particular” um foco de luz ilumina o rosto da Marisa Monte...e volta a apagar-se. Mais palmas. A coisa repete-se no último verso, novamente ao som das mesmas palavras. A música acaba e o palco ilumina-se! Ovação.
Depois, Universo ao Meu Redor e o corpo solta-se a cada acorde, não consigo evitar.

No palco, a Marisa Monte, acompanhada por 9 músicos, eram envolvidos por paredes e tectos de luz e cor, gruas e reflectores em movimento, que produziam um efeito encantador.
Vários foram os momentos dignos de nota, quase todos. Para mim, o ponto alto foi Maria de Verdade, numa interpretação impressionante, com a imagem de uma borboleta a esvoaçar em fundo.
O samba O meu canário foi ainda acompanhado por uma obra de arte chamada “passarinhos enjaulados ecologicamente correctos” (!!) que voavam ao vento e tudo...representava o canário que, segundo o enredo, “se desgostou”. Muito bem conseguido.
Ela, sempre tímida, conseguiu que o Coliseu se lhe rendesse por completo e, já no final, em conjunto com ela, entoasse –a três vozes!!- a conhecidíssima Velha Infância, num momento maravilhoso.
E assim, embalados, deixamos o Coliseu, felizes. Eu repeti a dose, e ainda bem. No segundo dia, deixei o Coliseu ainda mais feliz.
Como me disse a D. numa sms ontem, às 00h15: “Então, estás novamente a sair do paraíso...?”. Foi isso mesmo.

2 Comentários:

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