À Flor da Pele

quarta-feira, março 04, 2009

A Cigarra

1989. Vou ao Coliseu, pela mão dos meus pais, ver a brasileiríssima Simone ao vivo.
Saio de lá deslumbrada! Desde esse dia, passei a ter saudades de alguém que não conhecia, mas que me enchia a alma com a sua voz quente, enorme e visceral. Foi um ponto de viragem na minha vida, em que transfiro parte do meu coração de adolescente para o outro lado do Atlântico.

2009, dia 3 de Março. De novo no Coliseu para ver a Simone (desta vez em parceria com a grande Zélia Duncan) e já nem faço as contas às vezes que a vejo em palco, grandiosa, deslumbrante, e sempre visceral. Amo aquela voz tanto quanto se pode amar uma voz, um artista, uma forma de passar emoções. 20 anos depois, tento (de novo) entrar no camarim. e 20 anos depois da primeiríssima vez que me deslumbrei com aquela voz, entro finalmente no camarim e olho-a de frente. E sorrio muito, ela sorri também. Não consigo articular palavra, apenas pedir um abraço. E aquela mulher de 1,80m abre os seus enormes braços e aconchega-me neles. E eu, entre tanta emoção, só consigo dizer "obrigada, por tudo". E continuar a sorrir. E ela também.

Cumpriu-se alguma coisa naquele momento, que só podia ter acontecido agora, com a maturidade que tenho, com tudo o que a vida me deu e me tirou. Aconteceu no momento certo, como se tivesse sido pensado. E plantou-se-me este sorriso na cara, como há muito não acontecia.
Saí do Coliseu tão feliz. Tão, tão feliz!

Finalmente...I did it!

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